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Destralhamento e Crescimento Pessoal 2

O poder que damos aos objetos está, de fato, dentro de nós

É incrível perguntar porque adquirimos e por que nos apegamos com apego a determinadas coisas enquanto destralhamos.
E então percebemos quanto poder damos a tantos objetos.
Imagine o que aconteceria se pudéssemos perceber que o poder não está fora de nós, mas está em nós o tempo todo.
Alguns casos comuns:
  1. Segurança : Comprar muitas coisas faz com que muitas pessoas se sintam seguras. Se algo der errado, pelo menos temos tudo isso, certo? Essa é a ideia que a geração dos meus avós, que cresceram em tempos de crise, já teve. Mas, mesmo sendo a favor de  ter um fundo de reserva para emergência e para segurança, as posses ainda são o que melhor nos conferem uma sensação de segurança. Contudo, a segurança está dentro: estar atento ao medo e meditar sobre ele sem ser reativo, aprender habilidades e desenvolver opções para que possamos passar por situações difíceis com desprendimento e sem estarmos profundamente endividados ou sobrecarregados com contas, e no final, ainda desenvolver a confiança de que estaremos bem como estivermos.
  2. Aprovação : Muitos de nós tentam comprar coisas boas para impressionar outras pessoas - geralmente não admitimos isso para nós mesmos, mas, no fim, queremos a aprovação dos outros. Talvez você compre uma bela casa com belos móveis, talvez seja um toca-discos antigo da moda ou um sistema de som impressionante, talvez seja uma TV enorme ou os mais recentes aparelhos, talvez seja o minimalismo mais minimalista do que o de qualquer outra pessoa. No final, é tudo sobre querer que os outros aprovem. Mas, e se, simplesmente aprovássemos a nós mesmos? Mais fácil falar do que fazer, porém, o poder de nos aprovar está dentro de nós, se pararmos de procurar aprovação externa. Destralhe para cuidar de si mesmo, para o seu crescimento pessoal, não para obter a aprovação dos outros. Faça coisas boas por si mesmo e comece a se amar exatamente como você é.
  3. Conforto: O ato de comprar pode ser uma maneira de nos consolar, assim como comer quando estamos estressados. Embora, muitas vezes, compremos para ter conforto: um colchão ou sofá melhor, um tapete de pelo ou utensílios convenientes de cozinha. Não há nada de errado com essas coisas, mas também é útil notar que estamos dando a essas coisas o poder de nos consolar. O que aconteceria se todos fossem levados por conta de um assalto ou intempérie climática? Em vez disso, podemos perceber que temos o poder de nos consolar e confortar a partir de dentro: meditando, caminhando na natureza, dando amor a nós mesmos, descansando quando estamos cansados ​​ou estressados, criando e encontrando alegria na vida, amando os outros e amando a vida.
  4. Identidade e valor : as posses muitas vezes nos dão uma sensação de identidade e valor - um troféu nos faz sentir realizado, ter um bom equipamento de esqui ou uma prancha de surf nos faz sentir ao ar livre, ter muitos livros pode nos fazer sentir inteligentes ou intelectualmente realizados. Mas, a verdade é que a maneira como nos sentimos sobre nós mesmos não vem realmente dos objetos - é um processo interno, tudo vindo de dentro. Quer se sentir incrível? Aprecie a maravilha que já está dentro de você. Demonstre a si mesmo diariamente com 20 minutos de meditação e 100 flexões. Ou apenas observando sua mente, você pode encontrar um senso de reverência sobre si mesmo!
  5. Memórias e amor : Não conseguimos nos livrar das coisas porque elas representam memórias incríveis e o amor das pessoas que as deram para nós. Mas as memórias não estão nos objetos! Eles estão em nossas cabeças, e uma simples foto digital pode nos lembrar das memórias, especialmente se nos lembrarmos de navegar pelo álbum de fotos digitais regularmente. E o amor dessas pessoas não está nos objetos - está em nossos corações! Nós só precisamos sentir esse amor de dentro. Nenhum objeto pode realmente nos dar isso.
  6. Esperança e aspiração : Nós nos apegamos a equipamentos de exercícios ou de esportes que nunca usamos porque temos esperança de que os faremos no futuro. Nós nos apegamos a 100 livros porque aspiramos lê-los no futuro. Há dezenas de objetos em nossas vidas que representam nossas esperanças e aspirações futuras para nós mesmos (os meus: sapatos, esteira, xadrez, teclado, livros para aprender, literatura). Mas, e se percebêssemos que não precisamos de todas essas esperanças para o futuro? Que há  grandeza em nós, agora mesmo, sem precisar fazer nada disso? Nós somos exatamente o suficiente, neste exato momento, e embora com certeza, sejam coisas que possamos fazer um pouco mais tarde, não precisamos delas. Nós podemos deixar isso pra lá. E simplesmente estar contente agora. Deixando incríveis possibilidades para o futuro em aberto, mas sendo realista, de que só poderemos nos concentrar no que é realmente importante no futuro próximo.
  7. Felicidade : No final, a maioria dos objetos são para nos trazer - um novo liquidificador que nos deixará saudáveis ​​e em forma; uma nova roupa que nos fará sentir confiantes e estonteantes; um novo livro nos trará alegria ou discernimento. Essas coisas podem acontecer. Mas a felicidade que resulta não vem realmente das coisas - vem da nossa própria conexão com nossos corações abertos e amorosos. O material pode facilitar isso, mas na maioria das vezes está apenas atrapalhando.
Há um grande poder em perceber aquilo que achamos que nossos objetos fazem por nós. E tem um poder ainda maior em perceber que temos esse poder dentro de nós, sem a necessidade de objetos.
Sabendo disso, podemos nos livrar de qualquer coisa que não seja de utilidade real.

Vivendo a vida em sintonia com o que é importante, com intenção

Uma das coisas mágicas sobre a organização é que ela obriga a fazer uma pergunta maravilhosa:
O que é importante para mim na minha vida?
Enquanto você ataca uma pilha de roupas, uma bancada desarrumada, uma prateleira transbordando de livros, não há como se livrar da desordem sem responder a essa pergunta.
Para jogar qualquer coisa fora, você tem que considerar o que você acha essencial e o que não é.
Simplicidade é identificar o que é essencial e deixar de lado o resto.
Quando você começa a destralhar, você pode não saber o que é realmente importante. Você olha para algumas roupas e percebe que você não usa há alguns anos, então provavelmente não é tão importante, certo?
Mas quando passa pela primeira ou segunda camada, começa a chegar em um ponto mais difícil. Isso é algo que eu deveria manter ou não? É realmente importa para mim? O que eu considero importante na minha vida? Que tipo de vida eu quero viver? O que eu realmente valorizo?
Para mim, começou a se resumir a algumas coisas importantes. O que eu mais valorizo:
  1. Trabalho significativo: ajudar as pessoas a passar pela incerteza de suas missões e seu próprio trabalho significativo, mudando seus padrões habituais usando técnicas de atenção plena. É com isso que me preocupo profundamente.
  2. Pessoas amadas: minha esposa e filhos, minha mãe e irmãos, e outros membros da família e amigos super importantes que eu amo profundamente. Passar tempo de qualidade com eles, amando-os.
  3. Viver uma vida consciente, saudável e cheia de compaixão. Isso significa comer de modo saudável e o que é gostoso, ser ativa, ser acolhedora, meditar, brincar com meus filhos. Significa ser compassiva tanto quanto eu puder. Significa crescer, evoluir, amar.
Isso é tudo que importa para mim. Eu gosto de viajar, mas não é mais uma das minhas principais prioridades, a menos que esteja a serviço de uma das prioridades acima. Eu gosto de ler, mas, a menos que sirva a algo acima. Eu amo bons filmes, televisão, música, arte. Eu sinto que é importante entender as questões que afetam a todos nós, como política e meio ambiente e racismo, sexismo e afins. Mas, para mim, minhas prioridades se resumem aos itens acima. Em suma, minha maior prioridade é o amor .
Mas essas são apenas minhas respostas. Você encontrará as suas, enquanto continua com essa investigação sobre o que é importante.
Quando você começa a perceber isso, algo incrível acontece: você começa a viver em sintonia com essas prioridades. Você começa a viver seus valores. Você começa a viver conscientemente, com intenção.
Quando você começa a descobrir suas prioridades ... então você pode começar a deixar tudo o que não serve a essas prioridades. O que é desordem se torna mais claro, e torna-se mais fácil abandoná-los.
Você pode começar seus dias com intenção. Quem você servirá? Quais prioridades você terá à frente? Como você vai se portar? Quão plenamente você pode amar?

Nota: O texto original usa os termos "clutter" e "declutter". Optei por traduzir esses termos por "tralha" e "destralhamento" inspirada no Blog da Ro sobre o Sistema FLY - sugiro a visita. Outras opções de tradução seriam desordem, desorganização e bagunça, mas como o sentido de clutter em sua essência envolve objetos, considero o termo "tralha" mais fiel ao sentido original. 

Tradução de Renata Costa de Sá Bonotto com adaptações ao meu próprio ponto de vista. Os textos de Leo Baubauta são publicado em inglês no Blog Zen Habits

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